sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crônicas Insanas #8 - Hino Nacional ou Rebolation?

Prefiro Rebolation!

 

Minha mãe é foda. Sempre mandou eu ficar quieto na hora do Hino. Por isso, desde pequeno, sempre tive raiva dessa música. Fazer fila, em silêncio, colocar as mãos no coração e cantar com bravura: o Hino Nacional! Que merda...

Na escola a gente aprende a decorar e cantar. Quando crescemos, ele só serve pra tirarmos sarro dos jogadores de futebol que cantam Macarena enquanto se ouve o Hino só pra mexer os lábios e disfarçar.

E na vida a gente vai aprendendo um monte de inverdades sobre nosso país. Alguém já parou pra pensar no significado das palavras do nosso Hino? Alguém já tentou analisar se a historinha que é contada nessa música realmente bate com a realidade histórica de nosso país? Pra que fazer isso né? Melhor ficar bocejando esta bosta de Hino de forma vazia como uma marionete.

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Grande Vanusa, hino nacional entoado com Rivotril e cocaína

Já devo logo avisar que odeio o Hino Nacional em sua formulação positivista, retrato de um passado digno de VERGONHA. Conhecer a história do brasil (isso, com letra “b” o mais minúscula possível) é sentir pena desse povo, desse pedaço de terra. Vamos para a análise...

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da pátria nesse instante.”

Humm...Ok, as metáforas do sol e do céu são lindas, mas não se ouviu nada nas margens do rio Ipiranga, muito menos por um povo heróico que grita alto. Não é a toa que hoje o ex-rio Ipiranga é um córrego cheio de bosta, tão fedida quanto essa mentira de que um dia o Dom Pedro teria juntado uma negada e proclamado a Independência de nosso país.

O brasil da era colonial foi explorado e espoliado por Portugal. Levaram embora daqui todo pau-brasil e ouro que puderam até se esgotar. Nesse momento, dois séculos depois, a independência do nosso país foi só um acordo bilateral junto aos lusitanos que nomearam um cara pra mandar nas famílias européias que viriam arruinar o resto do país. Esse cara é o D. Pedro.

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Quase isso, ambos são piada

As famílias são aquelas que até hoje acumulam latifúndios (capitanias hereditárias, lembra da tia Odete falando isso na 5ª série?). Aquela imagem dos caras no cavalo heroicamente salvando nosso país é uma pintura do Pedro Américo, outro incompetente que copiou aquilo do quadro de Napoleão III na Batalha de Solferino.

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Quadro copiado pelo incompetente CTRL + C

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Quadro colado pelo incompetente CTRL + V

“Se o penhor desta igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte,

Em teu seio, ó liberdade,

Desafia o nosso peito a própria morte!”

Pooooo! Igualdade? E conquistamos essa igualdade com braços fortes, lutando? Não existe igualdade nenhuma e temos uma fama de sermos preguiçosos, talvez pela nossa falta de animosidade para enfrentar, ao longo da história, as crises que passamos.

Nunca houve guerra civil, separatista, os movimentos contra-hegemônicos logo eram calados. Nunca conquistamos nada com nossos braços, sempre tivemos tudo dado: nossa independência, nossa república, nosso voto direto e assim é até hoje.

As decisões aqui são tomadas depois que já está tudo na merda.

Faltou sangue branco elitista derramado na nossa história. Faltou degolar padres com as tripas de burgueses. Sempre fomos marcados pelos lemas positivistas de igualdade, ordem e progresso. Mesmo que isso nunca tenha significado algo real pra nós. Quem aí se sente igual ao Silvio Santos, em direitos e deveres, em oportunidades e possibilidades, enfim, você é um merda.

“Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

De amor e de esperança à terra desce,

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

A imagem do Cruzeiro resplandece.”

Sonho, esperança, o país do futuro. Pena que esse futuro nunca chega. E lá vem as metáforas do céu que a essa altura até ri.

“Gigante pela própria natureza,

És belo, és forte, impávido colosso,

E o teu futuro espelha essa grandeza.

Olha aí a esperança no futuro de novo!

Deitado eternamente em berço esplêndido,

Ao som do mar e à luz do céu profundo,

Fulguras, ó Brasil, florão da América,

Iluminado ao Sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida,

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;

Nossos bosques tem mais vida,

Nossa vida no teu seio mais amores.”

Novamente, metáforas adoráveis sobre o sol, o céu, as flores e os belos bosques completando nossa paisagem. Temos as riquezas naturais, não é? O que seria da Suíça sem seus lindos bosques, azul do céu e mar risonho?!?!?!

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“Mas, se ergues da justiça a clava forte,

Verás que um filho teu não foge à luta,

Nem teme, quem te adora, a própria morte.”

Essa é a parte que eu mais odeio. Por favor, alguém me dê UM (1) único motivo pelo qual eu devo ir à guerra lutar pelo brasil. Um só. Um motivo plausível, compensador. Então, amigão, se erguer a clava forte da justiça o filho aqui larga você na mão brasil e que seja exterminado na guerra. Isso é o que se ensina nos quartéis: lutar pela pátria e viver sem razão (Geraldo Vandré quem disse isso).

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Canta molecada, canta

O confuso, incompreensível e velho Hino brasileiro será mais cedo ou mais tarde trocado pelo símbolo de uma nova ordem. Não sabemos o que ocorrerá a curto, médio ou longo prazo, é impossível prevermos que simbologia, e de que, surgirá, mas os hinos estão fadados ao seu fim. AINDA BEM. Porque retratar na música um passado sombrio, uma nação inexistente e um monte de mentiras históricas é um desrespeito com essa tão bela forma de arte.

brasil: ame-o ou deixe-o. fui!

Crônicas Insanas, por Neurônio Neurótico
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