Olha! Tem TV!
Claro! Eles tem tudo que um celular comum tem. Aliás, eles tem mais funções que um celular comum. Aliás2, eles já são comuns! Conheça agora os tamagushis da primeira década do século XXI, aqueles que te deixam na mão, antes mesmo de completar duas semanas de uso. \o/
- Perfil do Celular Xing Ling –
TV Digital! Mentira, é analógica
Memória de 64GB! Mentira, não passa 128MB
Symbian OS Interface toscona
Se for Hiphone, a maçã da “Apple” tá mordida do lado errado
Se for NCKIA, a resolução da câmera nem chega perto dos 12 Megapixels anunciados
Se for SQNY, pode ter certeza que a versão original não possui Dual-SIM
Fazem ligações telefônicas! Tá, isso sim, mais ou menos.
Mas é claro que você, triste geek iludido, vai à 25 de março e leva pra casa um mega smartphone com todas essas funções por menos da metade do preço de um “comum”. E mais: ainda exibe na escola/faculdade/trabalho a sua mais nova aquisição! É a partir daí que você percebe que o tempo de vida útil do “smartphone” é de umas duas semanas. Isso mesmo! Trezentos reais ou quase isso deixados com o camelô vendedor do comércio de rua. Mas calma! Não posso começar pelo final.
A sua luta começa e termina da seguinte forma:
Assim que você liga o seu mais novo super-mega-fuck-computador-portátil-celular, vai logo ver os jogos que tem as funções. Dois minutos são suficientes para descobrir o primeiro problema: O Touchscreen. Você afunda impacientemente o seu indicador, depois o polegar, e o celular não atende a sua solicitação.
É claro que você inocentemente pronuncia “falta calibrar o táutiscrin”, é claro que só é dita pelos que sabem que a possibilidade de calibrar o touchscreen existe. Mas logo descobrem que o bagulho não oferece essa função. TOMA!
As inumeras tentativas frustadas de utilizar o touchscreen resultam em uma dúvida: Não passaram cola nisso?
Acertou! E o fato ainda se intensificou pelos maus tratos que você deu ao aparelho, como por exemplo, afundar o polegar na tela. O resultado é o display quase virando do avesso ou saindo na sua mão.
Quando as 168 horas de vida do aparelho vão acabando você percebe que a bateria não dura o tempo que você esperava, o bluetooth que não funciona mais ou não existe, a antena da TV (que quase sempre também é a canetinha para operar o touchscreen) quebra só de você olhar feio pra ela, e até o Modo Silencioso que faz tanto barulho que dá impressão que a desgraça tá tendo um ataque epilético.
Pronto, o Xing Ling te ganhou de Flawless Victory e você ainda ficou sem grana.
Há dois motivos para os celulares Xing Ling existirem. O primeiro é o governo chinês, que investe mais de um trilhão de dólares em pesquisa na área de telecomunicações, computação e eletrônicos. Isso é atrativo para que as maiores marcas mundiais concentrem suas fábricas na China. Mão-de-obra barata... Desse jeito qualquer um! Não é por acaso que tecnologia original ganha versão clonada lá na China.
O segundo motivo é... Você! Você que compra essa tralha esses celulares! Eles estão no mercado porque tem gente para comprá-los e fazer o país perder em impostos e empregos. Mas essa discussão é aqui. Afinal, não cabe a mim falar disso o/
Crônicas Insanas, por Nagib Mekdece
Colunista no Insanidade Parcial
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