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Pois é, insanos, deem boas vindas ao mais novo membro da “equipe” do insanidade Parcial. Gibmek ficará irresponsável por esta coluna quinzenal, as crônicas insanas. Pra conhecer toooooodo o nosso pessoal, clique em Membros Insanos ali em cima também
Você assina sua sentença de dia de azar quando entra num ônibus lotado. Logo pela manhã, quando você está cheirosinho depois dum banho de água quente e de perfume também, quando você acha estar preparado para o dia de trabalho/estudo que tá começando, eis que ele aparece.
- Perfil do ônibus lotado –
Motorista que não fala “bom dia”
Cobrador que insiste em dizer que a meia passagem não está com a sua foto
Gente de todos os tipos (estudantes, assalariados, vendedores de chiclete, religiosos, traficantes, prostitutas, pedintes, sacoleiras, pivete ouvindo pagode no celular da China, pirralho chorão e alguém que peida e todos no ônibus pensam ser o gordinho de camisa azul que tá perto do cobrador)
E numa visão geral, há um paradoxo entre o dia de sol radiante onde você ainda está e a noite de luar dentro da lata de sardinha ambulante do ônibus.
Levado pelo dever de chegar ao seu destino, você se obriga a subir se empurrar com o resto da cambada para poder subir no ônibus. Logo na porta de entrada, encontra-se alojado um rato morto, podre e azedo no suvaco do primeiro passageiro. Você, inocentemente, aspira o odor que arde em suas narinas sem saber se vai conseguir respirar normalmente depois. Felizmente, um espaço surgiu na sua frente e você se livra de estar em pé perto do porco azedo passageiro mal-cheiroso.
Em pé... Eu nem preciso citar que todos os lugares para sentar já estão ocupados e todos os jovens nas cadeiras de idosos já estão fingindo que estão dormindo, chegaram antes de você.
É chegada a hora de enfrentar o cobrador e você esqueceu de separar suas pobres moedinhas para pagar a passagem. Sem problemas, tire as moedas, tenta contá-las e... alguém bate no seu braço e o destino das moedas é o chão da condução. Sem problemas, você tem uma nota de vinte reais, a qual o cobrador não terá o troco pelo qual você terá que esperar milagrosamente aparecer, naquele lugar ao lado do cobrador, onde os raios solares adentram impiedosamente e onde também está...
O pirralho chorão.
Na verdade, a doce e amável criança nem estava chorando até você chegar, mas o dia é tão preocupado em fazer jus ao seu azar que abre-se a cratera do inferno mais barulhenta que você já presenciou: o choro do capetinha. A mãe, doutora em Psicologia Infantil, bate no filho a fim que ele cale a boca. Resultado: A mãe desiste da idéia de bater ainda mais e agora o pirralho triplicou o choro.
OK, algumas pessoas desceram do ônibus e você pode se afastar do pirralho chorão para ficar perto do...
Pivete ouvindo pagode no celular.
Claro, o ritmo pagode é exemplificado como uma música escrota e quem escuta deveria morrer ruim, mas poderia ser qualquer outro ritmo que você detesta. Afinal, hoje é o seu dia de azar, em pé ao lado da figura de topete loiro e ainda escutando o choro do pirralho!
O sofrimento acaba duas horas depois, quando a viagem de seu bairro periférico ao centro da cidade, que passou por aquele engarrafamento de dezesseis quilômetros, chega ao fim. Ou pelo menos está chegando ao fim...
Assim que você percebe estar próximo ao seu destino, é chegada a hora de tentar passar pelos outros passageiros e descer do ônibus. Claro, você pede “Licença” e não é atendido. O jeito é sair empurrando, sendo tão mal-educado quanto todo mundo ali. O ônibus chega ao lugar onde você deveria descer e você ainda está sendo pisoteado no meio da galera. Na tentativa inútil de descer, você grita, puxa a cordinha, pede mais “Licença”, mas é tudo em vão! O ônibus já tá andando novamente...
Conclusão da sua desgraça: Você é parido duas paradas depois de seu destino, cansado, suado, com dor de cabeça, com as narinas ardidas, tímpanos estourados, e ainda por cima com o troco dos seus vinte reais ainda em posse do cobrador.
É! Trabalhe/estude mais ainda. Assim, você compra um carro e só piora o engarrafamento.
Mas pense bem e descubra ser menos azarado: Você está no Brasil e não na Índia. (Veja o Link)
Crônicas Insanas, por Nagib Mekdece
Colunista no Insanidade Parcial
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